Tuesday, January 27, 2009
Reparar em coisas que me irritam muito, planear escrevê-las aqui e depois esquecer. Ou, a velhice...
É verdade, terrível combinação esta, resultado natural da velhice: rabujice + amnésia
Wednesday, January 21, 2009
Esta onda de optimismo e esperança que parece ter-se apoderado do mundo com a "inauguração" do Obama
Tudo começa com a utilização da "tradução" à letra de inauguration. Não consigo evitar na minha cabeça a imagem de um Obama esfíngico, hirto, sério, por detrás de uma fita vermelha, cercado por inúmeros dignatários da mais alta estirpe, à espera que a tesoura empunhada pelo Mário Lino faça a sua magia. Imagino sempre que cortada a fita, eis que surge, do nada, uma maravilhosa chuva de confetis, toca a banda e ala para os comes e bebes, que se faz tarde e há mais fitas por aí, desejosas de serem decepadas.
Mas isto é um pormenor. O que me irrita mesmo é todo este (só lhe consigo chamar) ingénuo optimismo que se apoderou de tantas, tantas pessoas de todos os "andares da vida" (já que estamos numa de traduções parvas). Este sebastianismo, este acreditar que todos os problemas da vida e do mundo se podem resolver pela simples e corajosa acção de homens providenciais, é algo que, para além de ingénuo, me parece também um pouco cobarde (já que eu não tenho energia ou coragem para mudar seja o que for, resta esperar que venha alguém que o faça) e até perigoso. Quantas ditaduras não começaram exactamente com o mesmo entusiasmo? (em jeito premunitório, faço a observação que não acho que o Obama vá ser um ditador ou nada sequer parecido. Estou só a dizer que é este tipo de messianismo - outra bela palavra, que faz referência à escola judaica do sebastianismo - que facilita o aparecimento de muita autocracia. Aconselho vivamente o filme A Onda, que está nos cinemas, é alemão, mas bastante bom e nada intelectualóide, como é sempre de temer de filmes "internacionais").
Muitas outras coisas inteligentes haverá para dizer sobre este tema, muitas reflexões profundas sobre o que está por trás de tudo isto, o momento muito especial que vivemos (engraçado como estamos sempre convencidos que vivemos tempos especiais), as implicações para o futuro da humanidade, etc, etc. Mas claramente, não sou a pessoa certa para as dizer... (posso no entanto discordar delas assim que elas sejam manifestadas, pois nisso eu sou bastante competente)
Mas isto é um pormenor. O que me irrita mesmo é todo este (só lhe consigo chamar) ingénuo optimismo que se apoderou de tantas, tantas pessoas de todos os "andares da vida" (já que estamos numa de traduções parvas). Este sebastianismo, este acreditar que todos os problemas da vida e do mundo se podem resolver pela simples e corajosa acção de homens providenciais, é algo que, para além de ingénuo, me parece também um pouco cobarde (já que eu não tenho energia ou coragem para mudar seja o que for, resta esperar que venha alguém que o faça) e até perigoso. Quantas ditaduras não começaram exactamente com o mesmo entusiasmo? (em jeito premunitório, faço a observação que não acho que o Obama vá ser um ditador ou nada sequer parecido. Estou só a dizer que é este tipo de messianismo - outra bela palavra, que faz referência à escola judaica do sebastianismo - que facilita o aparecimento de muita autocracia. Aconselho vivamente o filme A Onda, que está nos cinemas, é alemão, mas bastante bom e nada intelectualóide, como é sempre de temer de filmes "internacionais").
Muitas outras coisas inteligentes haverá para dizer sobre este tema, muitas reflexões profundas sobre o que está por trás de tudo isto, o momento muito especial que vivemos (engraçado como estamos sempre convencidos que vivemos tempos especiais), as implicações para o futuro da humanidade, etc, etc. Mas claramente, não sou a pessoa certa para as dizer... (posso no entanto discordar delas assim que elas sejam manifestadas, pois nisso eu sou bastante competente)
Thursday, January 8, 2009
Hoje, tudo e todos
Hoje é um daqueles dias (não é bem desses, em que me sinto seguro e confiante e posso usar roupa branca; é dos outros aqueles). Não sei porquê. Voltei hoje ao trabalho, mas de resto está tudo normal. De facto não compreendo, deve ser da altura do mês (apesar de não me sentir seguro, confiante, e de branco na roupa ter apenas as riscas na camisa)
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